segunda-feira, 19 de março de 2012

Shadow of the Colossus


Criado por Fumito Ueda

Shadow of the Colossus é um jogo lançado em 2005 exclusivo para Playstation 2, nele o personagem Wander enfrenta 16 criaturas gigantes, chamadas de colossi, para que sua amada Mono possa voltar a vida. O jogo foi produzido pelo International Production Studio 1 da SCEI, estúdio de produção interno da Sony, responsável pelo aclamado jogo Ico (2001). Estes jogos são considerados pela mídia especializada como precursores de propostas diferenciadas de game design.


Shadow of the Colossos é um jogo de ação e aventura. Wander é um cavaleiro armado com uma espada e um arco e flecha, monta um cavalo chamado Agro, mas as semelhanças com outros jogos acabam ai. A região proibida, área que o jogador pode explorar, não apresenta nenhum inimigo a não ser os colossis, e cabe ao jogador encontrá-los e matá-los. Não há itens, não há desenvolvimento do personagem, não há missões alternativas. São 16 lutas contra chefes gigantes alternadas por longas cavalgadas por terras “intocadas”.


As batalhas em sí são extremante originais, os colossis precisam serem atacados em determinados pontos vitais para serem vencidos, para tanto o jogador precisa analisar os hábitos e principalmente o ambiente da luta. O progresso na batalha é muito semelhante à resolução de um puzzle, tornando as façanhas muito mais cerebrais que uma demonstração de habilidade.


O ritmo do jogo é muito característico, as longas cavalgadas são tranquilas e calmas as batalhas são aceleradas e tensas. A dicotomia anticlimix/catarse não é muito frequente nos jogos, que comumente tem a tensão e a curva de aprendizado sempre crescente, cominando em uma batalha com um “chefão”. Shadow of the Collosus questiona a progressão tradicional e é um de seus maiores trunfos.


A história é apresentada de forma fragmentada e pouco avança com a progressão do jogo, só tendo um evento significativo ao final dos 16 combates. Apesar de inovadora em seus desdobramentos remete a tradição do herói que busca salvar sua princesa. O jogo combina tradição e inovação, surpreendendo muito dos jogadores que buscavam um jogo tradicional de aventura.

O jogo é repleto de contrastes, como Wander ser frágil e ter de lutar contra bestas gigantes, ou as cavalgadas tranquilas que são alternadas por lutas épicas, mas o contraste que salta aos olhos é principalmente o causado pela comparação com os outros jogos. Shadow of the Collosus é um exemplo claro do desenvolvimento formal dos jogos digitais e se você acredita na importância dos games como uma mídia expressiva não pode deixar passar esse obra arte.

sábado, 3 de março de 2012

RARE




A Rare é uma produtora de games inglesa fundada em 1982, pelos irmãos Tim e Chris Stamper. É famosa por jogos como Donkey Kong Country (1994 SNES), 007 Goldeneye (1997 N64) e Banjo & Kazooie (1998 N64). A Rare foi uma importate second party da Nintendo durante os ciclos do SNES e N64. Second party é o termo utilizado pela mídia especializada quando uma produtora desenvolve títulos exclusivos para uma plataforma. A Microsoft comprou a Rare em 2002 por 375 milhões de dólares.


A Rare chamou a atenção da Nintendo quando comprou uma estação de trabalho da Silicon Graphics, tecnologia que estava revolucionando os efeitos especiais cinematográficos. A nova tecnologia do Vale do Silício era capaz de renderizar incríveis gráficos tridimensionais e Tim e Chris Stamper viram ai uma oportunidade única. Os vídeo games da geração 16 bits não eram ideais para gerar polignos, e nesta época reinava o gênero plataforma 2D, a Rare recebeu a missão da Nintendo de reviver um dos seus personagens mais icônicos Donkey Kong, agora com incríveis gráficos 3D pré-renderizados.


Durante a intensa guerra que foi a geração dos 16 bits, os gráficos que a Rare alcançaram foram sem dúvida uma arma potente. E assim a Rare se tornou a principal parceira ocidental da Nintendo, produzindo séries chaves como Donkey Kong Contry e Star Fox. Criaram também uma sólida biblioteca de personagens e jogos como Banjo & Kazzoie, Perfect Dark e Killer Instinct.


Porém 10 anos se passaram da compra da empresa pela Microsoft, e a Rare não parece viver os mesmo dias glóriosos. Em um artigo, o site Eurogamer, questiona quem ou o que é o responsável por essa perda de prestígio.



Dois anos após a aquisição, os irmãos fundadores deixaram a empresa atrás de novas oportunidades, e a Microsoft passou a implementar suas práticas de trabalho para aumentar a produtividade. Implantou, por exemplo, um sistema de avaliação de desempenho e bonificação, fecharam a unidade de inovação e instituiram o papel de produtor nos projetos.  Antes na Rare todos que participavam de um projetos eram responsáveis por ele, em uma hierarquia horizontal. Com implementação do produtor os jogos passaram a ter um ou dois responsáveis, normalmente uma pessoa da Rare e uma da Microsoft. Outra grande diferença foi o posicionamento da Microsoft, inexperiente no mercado de games não trabalhou em parceria com a Rare, que era acostumada com uma relação de parceria criativa com a Nintendo.


A somatória dessas mudanças na cultura profissional, com as ocasionadas pelas produção atual em alta definição, o encarecimento dos projetos e crescimento das equipes, tornaram a Rare uma empresa de importância menor. Hoje em dia o foco da sua produção é o público estilo Nintendo. A Rare tem produzido jogos para Kinect com apelo casual, como Kinectimals (X360 2010) ou Kinect Sports (X360 2010), muito semelhantes a famosas franquias da Nintendo, como Nintendogs (NDS 2005) e Wii Sports (Wii 2006).