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Criado por Shigeru Miyamoto
Para o primeiro post escolhi o mais icônico dos personagens dos games, símbolo máximo desta indústria. Tudo começou com o jogo Donkey Kong de 1981, com o pseudônimo de Jumpman, Mario tinha o objetivo de subir em prédios em construção para salvar a sua namorada Paulette. O grande sucesso do jogo logo gerou uma sequência na qual o Mario fez o papel de vilão, ao trancafiar o Donkey Kong, o jogador encarna o Donkey Kong Jr que aparece para libertar o pai. Nos arcades Mario também estrelou um jogo junto com seu irmão Luigi, no qual os dois competiam por matar inimigos e pegar moedas.
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Já no NES o Super Mario Bros leva a mecânica do jogo a outro nível, mesmo porque você agora joga na sua casa não mais no fliper, com a grande inovação da rolagem lateral (side-scrolling), o personagem agora se aventurava desbravando cenários não revelados inicialmente, que conforme o jogador avança revela também os outros elementos. Este é um dos jogos mais vendidos da história e claramente influencia quase todos os jogos da geração 8 e 16 bits.
Mario é icônico sobre tudo pela mística que cerca sua criação, todos os detalhes que hoje o fazem inconfundíveis foram implementados pelas limitações técnicas da época. Sua famosa boina foi uma opção para evitar desenhar um corte de cabelo, seu macacão e luva foram para diferenciar os pixels e gerar uma animação mais convincente. Assim como o seu narigão e o bigode foram uma opção para dar mais expressão ao personagem. Com a evolução gráfica dos consoles de vídeo game mais detalhes foram implementados, mas a essência definidora continua a mesma de sua criação.
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King Kong de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack (1933) |
A referência mais clara dos jogos iniciais são King Kong, o filme clássico de 1933 de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, e o marinheiro Popeye, criado por E. C. Segar em 1929. O plano original da Nintendo era lançar o jogo com os personagens deste desenho que na época era bem famoso, para popularizar-se na América. Porém o contrato de direito autoral venceu e assim mais uma vez uma limitação foi o motor para a criação.
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País das Maravilhas de Lewis Carroll (1865) |
Nos jogos de NES com a trama totalmente reformulada percebemos que a referência principal é Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll escrito em 1865, a fantástica aventura non-sense empresta a magia dos cogumelos ao encanador bigodudo.
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Game & Watch do Popeye (1983) |
Os últimos jogos da série principal, os fantásticos Super Mario Galaxy, têm clara referência a outro clássico da literatura infantil, O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry publicado em 1943. Nestas aventuras o encanador passeia por planetóides assim como o personagem do livro.
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O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry (1943)
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Sem tantas referências da cultura universal, Mario nunca teria esse tamanho na indústria e no imaginário popular. A qualidade de um produto cultural é proporcional a sua profundidade de referências e camadas de leitura. Mario tem uma ampla gama de referências e um mestre criador que sabe como ninguém criar uma amálgama que tem ressonância universal.
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